Martinho Dias was born in 1968 in Sto. Tirso. He currently lives in Trofa, where he has a studio.
He has a master's degree in Fine Arts – Painting, from the Faculty of Fine Arts of Porto.
It is not possible to remain indifferent to Martinho Dias' painting. He captures your gaze, if nothing else because of the unusual break of formal environments he offers us. The dissonant element [...] introduces a caricatural and political dimension that arouses an interpretive gaze. And those who see must reflect, even if art, as Freud intended, may be incomprehensible and enigmatic. Martinho Dias asks us for the effort of reason to give in to the delight of the eye.
And it is not difficult. Through the tension that the faces convey, through the vigorous and markedly gestural smudge, through the light and the contrast of colours and through the irony, certainly, sometimes caricatural and satirical.
To remain indifferent to Martinho Dias' painting is to remain in disquiet and ambiguity. And we men, using the scalpel of explanatory reason, tend towards what is comfortable and right. The question is whether we get there.
António Tavares (Writer)
"Martinho Dias, nasceu em 1968, em Sto. Tirso. Reside atualmente na Trofa, onde tem atelier.
É mestre em Artes Plásticas – Pintura, pela Faculdade de Belas Artes do Porto.
Não é possível ficar indiferente à pintura de Martinho Dias. Ela capta-nos o olhar, quanto mais não seja, pela inusitada quebra dos ambientes formais que nos oferece. O elemento dissonante [...] introduz uma dimensão caricatural e política que suscita um olhar intérprete. E quem vê tem de refletir, ainda que a arte, como pretendia Freud, possa ser incompreensível e enigmática. Martinho Dias solicita-nos a que o esforço da razão ceda ao deleite do olhar.
E não é difícil. Pela tensão que os rostos transmitem, pela mancha vigorosa e marcadamente gestual, pela luz e pelo contraste das cores e pela ironia, claro, às vezes caricatural e satírica.
Ficar indiferente à pintura de Martinho Dias é permanecer em desassossego e ambiguidade. E nós, homens, usando o bisturi da razão explicativa, tendemos para o que é confortável e certo. A questão é se lá chegamos."
António Tavares (Escritor)
Martinho Dias foi professor de Artes Visuais até 2009, ano em que passou a dedicar-se inteiramente à atividade artística. Ilustrou diversos livros de literatura infanto-juvenil tendo participado, em 2003, na Bienal de Ilustração de Bratislava. O seu trabalho integra diversas coleções e tem sido mostrado regularmente em Portugal e no estrangeiro, em exposições individuais e coletivas, bienais, simpósios e feiras de arte.
Em 1999, Martinho é um dos representantes de Portugal no concurso “The Winsor & Newton Worldwide Millennium Painting Competition”, com exposição em Londres, Estocolmo e Nova Iorque. Entre 2003 e 2005, realiza a obra fotográfica “Two Parts Invention”, em parceria com o artista e compositor alemão, Peter Ablinger, que viria a ser mostrada pela primeira vez em 2008, na exposição “arte x arte - Bogotá08”, Colômbia, a convite de Max Steven Grossman. Em 2005, Martinho Dias visita Nova Iorque e participa com os músicos Nuno Rebelo, Vítor Rua e Phill Niblock, entre outros, em “Imagens Projectadas # instalações sonoras”, Lisboa, numa organização do escritor e crítico musical Rui Paes.
Alguns dos projetos de Martinho Dias, nomeadamente “Pinturas Escritas” e “Pangea”, contaram com a participação de personalidades de áreas diversas, sobretudo da música, como o Maestro António Victorino D’Almeida, Eurico Carrapatoso ou a cantora Amélia Muge, o músico espanhol Kepa Junkera, o artista e performer italiano Alzek Misheff, para além de Peter Ablinger, Gianluigi Trovesi, Pauline Oliveros, Paulo Cunha e Silva, Bill T Jones, entre outros.
Em 2006, o artista faz a sua primeira exposição individual no Brasil-Salvador, na Galeria Cañizares. Em 2007 vence (exequo) o 1º Prémio “Corpo em Expressão”, pelo Espaço Servartes, Porto e participa na ArtMADRID, pela Galeria António Prates. Em 2011, participa na feira ART PARIS, Grand Palais, pela Saatchi Art.
Em 2012 recebe do Município da Trofa, a “Medalha de Mérito Cultural” e representa Portugal no “10º Simpósio Artístico Internacional”, em Saarbrücken, na Alemanha. Ainda no mesmo ano o seu trabalho esteve em destaque na rubrica semanal do curador Chenoa Solis, na Saatchi Art Gallery, de Londres. Entre 2013 e 2017, participa como convidado na bienal internacional “Isola dei Colori”, Sardenha – Itália. Em 2014, a sua primeira obra em vídeo, PANGEA, (50’) estreia-se na bienal SCHOK’2014, na Holanda, a convite do seu diretor, Jaap Borgers. Um ano mais tarde é convidado pela Artkate Galerie, Berlim, a participar na exposição ATTITUDES.
A propósito da exposição individual “Martinho Dias: 005-015”, no Museu Municipal de Espinho, 2015, Martinho é convidado pelo escritor Valter Hugo Mãe para o seu programa na Porto Canal. Ainda em 2015, é convidado para a rubrica “Inside the Studio”, da Saatchi Art, Londres. No mesmo ano, a Galeria MAC - Movimento Arte Contemporânea, Lisboa, atribui-lhe os prémios “MAC'2015 Hilário Teixeira Lopes”, e em 2018, o “Prémio MAC' 2018 Prestígio”. Em 2020, mostra a exposição “Penas”, no Centro Cultural e Congressos de Caldas da Rainha.
No mesmo ano, Martinho Dias é convidado por Stella Jurgen para o seu programa televisivo “Stella’s Studio”, na Camões TV, em Toronto. É ainda convidado a intervir na bienal SCHOK’2020, na Holanda e a integrar a residência artística “Maison de l’Artiste” – Piazza Armerina, Itália. Ambas as atividades acabariam por ser canceladas devido à pandemia COVID-19.
Em 2021, para além de obras e entrevista publicadas na OBSESSED with ART, EUA, participa no projeto coletivo “# 365 days after”, organizado pela associação artística ucraniana MOKONSHU, Kiev. A convite da Organização Internacional Virtual Educa, realiza uma obra e posterior edição serigráfica, no âmbito do maior congresso internacional sobre Educação: Congresso Global – Virtual Educa 2021.
No final desse ano, grava conversa com Rui Reininho, do grupo Pop-rock GNR, para uma série de programas sobre artistas portugueses, “Ofício da Solitude”, do realizador e produtor, Fernando Rocha.