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PANGEA, Video HD, 50:28 min. 16:9

2015

Pangea, cujo nome nos remete para o suposto continente primordial, deriva da temática recorrente da minha pintura e de projetos colaborativos anteriores. Reflete realidades distintas que, na sua origem, farão parte de uma mesma realidade – a nossa.

 

No essencial, a obra forma-se a partir de jornais, postais ilustrados e hinos nacionais, preservando-se as línguas originais, tanto faladas como escritas, com a consequente dificuldade de compreensão linguística total. Tratando-se de um vídeo, quase todo o trabalho é realizado com imagens fixas.

 

Pangea, inclui 26 países dos cinco continentes; países desenvolvidos, subdesenvolvidos e emergentes. A parte sonora do vídeo é formada por hinos nacionais. Para tal, convidei cantoras oriundas desses mesmos países para interpretarem, a capella e na respetiva língua, os seus hinos. Escolhi unicamente vozes femininas prevendo que, em alguns casos, as mulheres teriam mais dificuldades em colaborar no projeto, o que veio a verificar-se, sobretudo por razões políticas. Nesta colaboração, a carga simbólica que o hino possui, enquanto símbolo máximo de uma nação, manteve-se, mas a canção adquiriu uma nova dinâmica pela riqueza das interpretações.

 

O projeto faz coabitar num mesmo espaço (ecrã) imagens ideais e imagens mais aproximadas ao real. Ou seja, a imagem da face ideal que cada país quer mostrar de si próprio está projetada nos postais ilustrados /imagens turísticas, enquanto imagens idílicas, ideais e pré-selecionadas. Por sua vez, os jornais, embora sujeitos a variadíssimos filtros e manipulações, tendem a revelar o que os postais ilustrados ocultam. Por princípio, eles são uma espécie de “diário” de uma nação que é desvendado diariamente através da imagem e da escrita.

 

Pangea pretende fazer um cruzamento destes dois “auto-retratos”; um mais real e o outro mais ideal. Toda a obra é realizada com material pré-existente, com base numa massa caótica de símbolos, imagens, nomes e referências saídos do caldeirão cultural da globalização.

 

Martinho Dias

April, 2015

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