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Two Parts Invention – Pintura Escrita por Peter Ablinger

129 x 400,5 cm

32 photos, 30 x 45 cm, each

2005

TWO PARTS INVENTION

Pintura Escrita por PETER ABLINGER

 

32 FOTOS

(2003)

 

Para a série WRITTEN PAINTINGS de Martinho Dias são necessários:

- 1 Câmara fotográfica, que deve ser utilizada manualmente, mas, de preferência, com um tempo de exposição fixável (por exemplo, 4 a 20 segundos).

(Talvez melhor: tempo de exposição “estabelecível” – significa que pode escolher o tempo de exposição e fixá-lo)

- 1 Rolo com 32 Fotos (mín.) , pouco sensível à luz (p. ex., 100 ASA ou menos)

- 2 placas de cartão rectangulares, com as dimensões de um postal (10 x 15 cm), uma vermelha e uma preta, ambas sem brilho, (sem reflexos, baço)

- Uma parede branca, com pelo menos 3m de altura e 4m de largura

- Iluminação (eventualmente também luz natural e ténue).

(Provavelmente melhor: luz natural fina ou luz natural com névoa)

Breve descrição

Cada um dos rectângulos será fotografado a partir de 16 distâncias diferentes com uma câmara em movimento e com um tempo longo de exposição (fotografia 1-16 vermelho, fotografia 17-32 preto).

 

As 32 fotos serão colocadas directamente (não emolduradas) na parede de exposição, de acordo com a ordem descrita.

As 32 fotografias têm como resultado a peça “Two Part Invention”; o seu intérprete é o fotógrafo. 

Instrução detalhada (Partitura)

O motivo

Primeiro, o cartão vermelho será colocado no meio da parede branca, transversalmente, à altura dos olhos (para a esquerda e direita deverão existir pelo menos 190 cm de parede branca; para cima e para baixo deverão ficar disponíveis pelo menos 130 cm).

( talvez : “transvers-rectangular: significa que os lados mais compridos do cartão – o rectângulo – estão em cima e em baixo, enquanto que os lados mais pequenos estão à direita e à esquerda)

 

16 distâncias

Cada um dos cartões deverá ser fotografado 16 vezes de distâncias diferentes. Não será  utilizado nenhum Zoom nem nenhum ângulo distante (cerca de 45 mm). A maior distância será de 2 m, a menor cerca de 27 cm. A distância menor deverá ser medida de forma a que, com a câmara imóvel e com o cartão centrado, o recorte da fotografia e o cartão quase coincidam: devem permanecer uns poucos milímetros de uma  margem estreita (parede branca). A maior distância deve ser escolhida, de modo que o motivo constitua cerca de 1/30 do recorte da fotografia; para isso, o lado do comprimento teria cerca de 5,5 vezes de espaço lado a lado  (o lado da largura, 5,5 vezes, um sobre o outro). 

Os 16 níveis entre a fotografia mais afastada e a mais próxima serão escolhidos de modo a que a diferença de uma imagem para a próxima seja significante na mesma medida. Assim, além disso, o primeiro passo ( a diferença na distância da fotografia 1 para a fotografia 2, e respectivamente da fotografia 17 para a 18, começando por cerca de 2m) deverá ser claramente maior (cerca do comprimento de um pé) do que o último (a diferença na distância da fotografia 15 para a 16, e respectivamente da fotografia 31 para a 32, é só de 1 cm). Os passos tornam-se cada vez menores.

  

Focagem, diafragma, tempo de obturação (ou de exposição)

A focagem deverá ser ajustada de forma a que (com a câmara imóvel) só a imagem mais afastada (a 1 e a 17, respectivamente) seja focada. A focagem deve ser fixada e não mais alterada.

O diafragma e o tempo de obturação deverão ser ajustados de acordo com a luz disponível. Deverá ser um tempo de obturação no mínimo de 4 segundos. É necessária, para isso, uma luz fraca e indirecta, se possível homogénea  (sem reflexos em nenhuma das 16 posições!) e eventualmente um filme com pouca sensibilidade (100 ASA ou menos). A medição da luz deverá ser feita a partir de uma distância média – por exemplo 90 cm – em direcção ao canto do postal vermelho, para medir o vermelho E o branco.) Quando um valor para o diafragma e tempo de obturação for encontrado, não será alterado mais ( tal como a focagem), para todas as 32 fotografias.

 

A câmara móvel, “agitada”

Durante o tempo de obturação averiguado (mín. 4 segundos), a câmara será constantemente agitada, vertical ou horizontalmente. Nas oscilações verticais, a abertura da lente alterna para cima e para baixo; nas horizontais, para a direita ou para a esquerda. O centro da câmara permanece no mesmo sítio. como se o centro da câmara fosse uma dobradiça: no movimento vertical, a câmara está como que a acenar com a cabeça – de forma alguma a câmara é movida para cima e para baixo; no movimento horizontal a câmara deverá ser virada, mas não movida para a esquerda e para a direita como um  todo.)

(((por outras palavras: o movimento vertical é como um “sim”; o movimento 

horizontal é como um “não”.)))

O grau de oscilação depende da distância do cartão. Nas fotografias 1 e 17, a oscilação será forte, nas fotografias 16 e 32, mínima). E, apesar disso, o movimento de oscilação deverá ser conduzido exactamente até o canto do cartão tocar a margem do recorte no visor ( o movimento ascendente desenvolver-se-á até o canto inferior do cartão tocar na margem inferior do recorte da fotografia; o movimento descendente chegará até ao contacto do canto superior do cartão com a margem superior do recorte; etc.)

Este movimento será realizado várias vezes no tempo disponível de obturação: metade do tempo oscilará verticalmente, a segunda metade horizontalmente.

A câmara nunca estará parada, desde que o obturador esteja aberto!

Quando carrega no botão, o movimento já tinha começado!

Em ambos os movimentos oscilatórios, o cartão deverá manter-se o mais centrado possível (centrado horizontalmente nas oscilações verticais e vice-versa). Este movimento precisa de algum exercício, para que o desvio do eixo horizontal e vertical, respectivamente, não seja demasiadamente acentuado.

Porém, todas as fotografias deverão ser feitas à mão e sem tripé; desvios inevitáveis são partes integrantes da composição.

Quando todos os preparativos estiverem feitos, as fotografias serão realizadas umas atrás das outras. Depois das primeiras dezasseis fotografias, o rectângulo vermelho será substituído pelo preto e este, sem alteração da focagem, (e as outras adaptações) será fotografado 16 vezes da mesma maneira.

Devemos ter em consideração que as 32 fotografias pertencem todas ao mesmo rolo, para que não seja necessária a mudança de rolo. Nenhuma fotografia isolada deverá ser corrigida depois; só o conjunto das 32 fotografias pode ser repetido, se o resultado não for satisfatório.

 

Revelação

Na revelação das fotografias (brilhante!) é importante ter em atenção que todas as fotografias obtêm  o mesmo tom, em especial porque não há uma diferença muito grande de tonalidade entre a fotografia 1 e a 16 (17 e 32) e porque a tonalidade da parede das 16 fotografias vermelhas não se distingue da das 16 fotografias pretas.

 

Formato

O formato de uma única fotografia tem, em todos os casos, a relação 2 (altura) por 3 (largura). A medida depende da divisão da exposição: o ideal seria que as 32 fotografias preenchessem a parede. Se a fotografia única tem 30x45 cm, o formato geral (na ordem respectiva; ver em baixo) será de cerca de 400,5 cm de largura e 129 cm de altura.

 

A ordem e a colocação

As fotografias devem ser colocadas sem moldura na parede de exposição, na ordem seguinte (todos os rectângulos de fotografias, colocados transversalmente, - tal como foram tiradas):

 

 7       8       9     10                            26    25    24    23

 6     15     16     11                            27    32    31    22

 5     14     13     12                            28    29    30    21

 4       3       2       1                      17    18    19    20

 

 

Entre cada fotografia são deixados pequenos caminhos livres (parede). A largura desses espaços é de 1/10 da altura de cada fotografia (por uma medida de fotografia de 30 x 45 cm, a largura do espaço é de 3 cm).

Entre o bloco da esquerda (vermelho) e o da direita (preto) existe um intervalo livre e largo. A largura do intervalo é de 1/2 da largura de cada fotografia (por uma medida de fotografia de 30 x 45 cm, o intervalo é de 22,5 cm).

 

 

Peter Ablinger

Berlim, 8.7.2003

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