Martinho Dias was born in 1968 in Sto. Tirso. He currently lives in Trofa, where he has a studio.
He has a master's degree in Fine Arts – Painting, from the Faculty of Fine Arts of Porto.
It is not possible to remain indifferent to Martinho Dias' painting. He captures your gaze, if nothing else because of the unusual break of formal environments he offers us. The dissonant element [...] introduces a caricatural and political dimension that arouses an interpretive gaze. And those who see must reflect, even if art, as Freud intended, may be incomprehensible and enigmatic. Martinho Dias asks us for the effort of reason to give in to the delight of the eye.
And it is not difficult. Through the tension that the faces convey, through the vigorous and markedly gestural smudge, through the light and the contrast of colours and through the irony, certainly, sometimes caricatural and satirical.
To remain indifferent to Martinho Dias' painting is to remain in disquiet and ambiguity. And we men, using the scalpel of explanatory reason, tend towards what is comfortable and right. The question is whether we get there.
António Tavares (Writer)
Pintura Escrita por Michael Cain
150 x 120 cm
Acrílico s/ tela
2004
Pintura Escrita por MICHAEL CAIN
Estou a ver azul, profundos, ricos, escuros azuis, que são mais escuros no topo. À medida que descemos no quadro ele torna-se mais claro e mais vermelho ou, na verdade, castanho/ púrpura. A mudança é suave.
Existem pequenas linhas /formas circulares como um “u”, mas com uma curva mais suave. Vêm do lado superior esquerdo e correm para o canto inferior direito.
São divertidas, estão na sua própria dimensão. Ocupam o seu próprio espaço na obra. São escuras, mas é difícil dizer de que cor são verdadeiramente. Nadam, amam, estão a dizer alguma coisa.
Do centro, emanando para fora numa esfera, existe um anel de faces, mas pouco claro e difícil de ver. Se olhar para o quadro pela primeira vez provavelmente nem reparará nelas. São maioritariamente textura. Misturam-se com o que as rodeia.
Tudo é muito suave, uma vibração, uma frequência. Pode observar-se o conjunto e sentir-se bem, ou observar algumas particularidades.
Finalmente, deverá ter debaixo de tudo, de alguma maneira, África. Trata-se da alvorada do homem, a alvorada do tempo, mas antes da forma, vida, ou, pode dizer-se, dualidade. É religioso, mas não de religiões ocidentais.
Michael Cain
EUA, setembro 2003